domingo, 5 de julho de 2015

O Tao é o Próprio Caminho - Parte 1


É uma das mais antigas tradições religiosas do Oriente, o Taoísmo prega a integração entre os opostos e a aceitação das leis da natureza como caminho para a plena libertação da alma.

Diz um antigo relato taoísta que um velho sábio chamado Lao-Tsé seguia rumo ao oeste chinês montado em um touro.

Ao chegar na fronteira, foi parado por um oficial e precisou declarar o que tinha de valor. 

- De valor!? - Interpelou o sábio - Só possuo o meu conhecimento...

O oficial, então, afirmou que só abriria a passagem se o velho sábio deixasse essa sabedoria registrada. 

(O Taoísmo reúne em si um dos mais ricos e maravilhosos ensinamentos sobre conduta, sentimentos e crescimento espiritual já deixados aos homens...)

Após três dias, ele entregou ao oficial um pequeno livro com cerca de 5 mil caracteres chineses. Depois, montou no touro e desapareceu...

Conta a lenda que o oficial, admirado com tamanho conhecimento, largou seu posto e seguiu o mestre. 

Em outra versão, diz-se que Lao-Tsé teria deixado a China para ensinar Buda em terras indianas. 

(Este é o livro sagrado do Taoísmo, ele é tão maravilhoso e rico em ensinamentos que não tem como ficar intacto numa prateleira... Acho que já estou precisando comprar outro...!)

Mistura de mito e realidade, essa história narra o surgimento do Tao Te Ching ou O Caminho e Seu Poder, livro que reúne os ensinamentos milenares do Taoísmo, uma das seis escolas de sabedoria que existiam na China por volta de 600 a.C.

Essas tradições chinesas originaram-se no xamanismo centroasiático. Então, o Taoísmo retoma alguns temas xamânicos ao basear sua filosofia na observação dos fenômenos naturais. 

(Tao Te Ching ou O Caminho e Seu Poder é um livro que reúne em seu interior mistérios cabalísticos, ou seja, como as runas nórdicas ou os caracteres hebraicos, bretões e tantos outros espalhados nas culturas teológicas do mundo, o Taoísmo também encontrou o caminho cabalísticos do som, da letra, e do domínio do poder eletromagnético, mas somente o aluno disciplinado espiritualmente consegue acessar esse conhecimento.)

No Tao Te Ching, que se tornou o livro sagrado dos taoístas, Lao-Tsé compilou as crenças ancestrais que eram transmitidas oralmente.

Da observação das leis que regem a natureza, os mestres taoístas aprenderam que tudo possui uma identidade que emana de uma única fonte: o Tao.

A tradução literal da palavra chinesa Tao é "caminho, trilha, estrada", mas no plano filosófico o Tao pode ser interpretado como o Absoluto ou o Vazio, com base no qual surgem todas as coisas. 

(O Tao é um poder que resultou de um grande impacto da Criação de todas as coisas. Hoje, tudo reverbera o início desta explosão. Quem a criou? Este Ser fragmentou-se em todas as coisas que conhecemos e não conhecemos, ou seja, Deus morreu para criar o Universo. Ao fazê-lo, sua estrutura energética nos formou, e a cada novo ciclo dos 4 Elementos, Ele se reúne e se destrói novamente, expandindo-se. Ao evoluir-nos, evoluímos Deus. Somos Deus também, por isso, podemos acessar poderes espirituais maravilhosos...)

Para os taoístas, a libertação plena da alma está no retorno do homem ao Tao. 

Através da meditação se busca atingir esse Vazio, fonte de toda energia e consciência. Se mergulhamos nesse grande mar, temos força para tornar nossa vida mais plena.


Apesar de o Tao ser considerado indivisível, os mestres costumam explicá-lo por meio do "Tao latente" - o Vazio que permite às formas existirem - e do "Tao manifestado", a expressão do Absoluto em tudo que possui forma, imagem e corresponde a uma ideia ou a um sentimento - ou seja, a realidade visível. 

No mundo manifestado, todas as coisas são compostas pelos elementos opostos Ying e Yang - claro e escuro, feminino e masculino, frio e quente e assim por diante...

(Uma citação meiga do Taoísmo no filme de animação Mulan feito pela Disney em 1998. Fragmento em italiano.)

(Tiziano Terzane, famoso jornalista e escritor italiano, fala sobre suas experiências no caminho do Tao.)

Ying e Yang estão em constante movimento e, não raro, transformam-se um no outro. As leis que regem essas transformações estão nos 64 hexagramas, ou seja, os símbolos do I Ching, outro livro sagrado do Taoísmo.

(O I-Ching, ou as direções e disposições, é a geomancia do Taoísmo disposta em 74 hexagramas de poder. Saber onde a energia eletromagnética se localiza num determinado lugar e, utilizar o hexagrama correto, faz com que você possa usar a energia emanente corretamente para a agricultura ou construções como hospitais, comércios, templos, etc... A ideia aqui é trazer a existência, através do poder do Tao, o que se deseja. Assim, surgiu o I-Ching e, consequentemente, pelas viagens de Marco Polo, a descoberta da Bússola.)

A constatação filosófica nasce na observação de como as coisas funcionam. A primeira.coisa que enxergamos são os contrários. O I Ching, porém, nos mostra que Ying e o Yang são contrários interdependentes, como as faces de uma folha de papel. 

No momento em que você observa o Ying em alguma coisa, já surge o Yang em contraposição. Eles se integram numa grande dança cósmica e são a base de todo o pensamento taoísta.



Continua...

 

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